The King Of Fighters 94

Vamos voltar no tempo, mais precisamente no ano de 1994. Um ano marcante para a indústria de games, e em especial, para a SNK. Neste ano ela lançou vários jogos que se tornaram clássicos, entre eles: Art Of Fighting 2, Samurai Shodown 2 e The King Of Fighters 94.

De longe KOF 94 era o que tinha os piores gráficos destes 3 games, mas ele tinha duas grandes novidades que fez ele ser muito mais jogado do que estes outros dois títulos: misturar o universo de Art of Fighting e Fatal Fury e ter times de 3 lutadores pra se escolher. 

A principal atração era mesmo a união da turma de Ryo Sakazaki com a turma de Terry Bogard, mas a SNK também resgatou personagens de antigos jogos como Psycho Soldier e Ikari Warriors. O jogo é até bem equilibrado. Não há personagens que se tornem inúteis devido a apelações, mas o time de AOF, reconhecidamente até pela SNK é muito superior a todos os outros. Até Haohshokouken sem barra os personagens podiam executar! 

O desafio do jogo é mediano, se você quiser realmente sofrer jogue do level 6 em diante. O boss (chefe), como não poderia deixar de ser é o colecionador de estátuas Rugal Bernstein, o organizador do torneio deste ano. Geese (Fatal Fury), o criador do torneio, apenas observa tudo que acontece as escondidas com Krauser (Fatal Fury 2). 

Eles só viriam a dar as caras na série KOF na versão do ano de 96. Rugal, um milionário maluco e muito excêntrico e que dominava os estilos de luta de Geese e Krauser, tinha uma mania muito peculiar: colecionar estátuas dos melhores lutadores do mundo, mas não eram estátuas de cera, não! Ele empalhava os lutadores que derrotava!

Em suma: ele criou o torneio, resumindo grosseiramente, para aumentar sua coleção de estátuas e como ninguém quer virar estátua empalhada na coleção de um maluco, todos caem na porrada e a pancadaria, é a melhor parte do jogo!

Os gráficos são de regulares para ruins, na minha opinião. Os personagens e cenários são em baixa resolução, embora tenham bastante detalhes. O cenário do time do México (Art of Fighting Team) é lotado de sprites de personagens fazendo figuração, porem sua coloração em tom pastel predominante, fere os olhos!

Um dos cenários mais bonitos é o do time da Itália (Fatal Fury Team). O reflexo das poças d'água é muito bem feito. Os cenários são bem concebidos, mas mal realizados. Tirando o da Itália, também gosto dos cenários da Coreia e do Brasil. As músicas são muito boas! KOF 94 tem considerada por muitos a de melhor trilha sonora, seja em OST como em AST. 

Não tem nenhuma música ruim na trilha! Ouço o CD de AST's do jogo do começo ao fim, sem enjoar. Os efeitos sonoros também são ótimos. As vozes dos personagens de Fatal Fury e Art of Fighting foram aproveitadas dos jogos anteriores, mas isso não conta como ponto negativo. Deu até um charme a mais. A jogabilidade é nota 10! Os comandos saem com perfeição incrível e o sistema de jogo é simples e cativante.

Executando um golpe secreto com a barra de power cheia e o “life meter” vermelho você irá tirar bem mais energia. Aliás quando você enche sua barra de power, qualquer golpe comum e especial tira muita mais energia (em KOF 95 isso fica um absurdo!). Eu mesmo, encho o power muitas vezes mais para tirar mais energia do inimigo do que para executar um golpe secreto!

Primeiro você enfrenta um Rugal enfraquecido, que não solta nenhum ataque especial, mas que tira muita energia com ataques comuns. Dois chutes fortes e sua life meter já fica vermelha. Prá vencê-lo nessa primeira etapa tem um macete estúpido que funciona com qualquer personagem, exceto Athena (porque ela tem um pulo muito alto): pule num dos cantos da tela executando o golpe com C+D (o ataque explosivo).

Depois de enfrentar um Rugal fracote, você o enfrenta numa versão mais “encapetada”, quase como sua versão Omega Rugal de KOF 95, mas com menos apelações.

Também há vários macetes para derrotá-lo, como ficar em posição defensiva e esquivando todos os ataques dele, esperando sua aproximação. Quando ele tiver chegando, execute uma rasteira com chute forte e continue assim até detoná-lo. Personagens como Andy e Athena que tem uma rasteira de alcance curto tem mais dificuldades para executar esse macete.

The King of Fighters 94 tem um altíssimo valor de longevidade como todo excelente jogo de luta.

Com combos simples, mas eficientes e uma ótima trilha sonora, mesclados a personagens clássicos e carismáticos, KOF 94 entrou definitivamente para a galeria de clássicos dos “fighting games”!

É um jogo que merece sempre ser revisitado!

Os personagens 

Italy (Fatal Fury Team)

 Esta equipe é composta de três personagens principais do Fatal Fury - Terry Bogard, Andy Bogard e Joe Higashi. Seu estágio apresenta uma série de participações especiais de outros rostos familiares da SNK.

China (Psycho Soldiers Team)

 Esta equipa apresenta Athena e Kensou, que eram originalmente do jogo arcade de 1986, pela SNK chamado "Psycho Soldiers", junto com Chin Gentsai (que se parece muito com o velho de Jackie Chans clássico filme "Drunken Master"). Pessoas que interpretou o soldado Psico original reconhecer a música de sua fase também, pois é um remix do tema a partir desse jogo.

Japan (Hero Team)

 Esta equipa tem 3 novos lutadores: Kyo Kusanagi, Benimaru e Goro Daimon Nikkaido. Como mencionado acima, Kyo estava prestes a se tornar um dos personagens mais populares da SNK. Sua fase também possui uma das minhas músicas favoritas do KOF 94.

USA (Sports Team) 

 Composta de Heavy D (boxer), Glauber Lucky (um jogador de basquete do jogo Street Hoop / Dunk Sonhos) e Battler Brian (um jogador de futebol americano). Os EUA Team Sports foi, provavelmente, um dos menos populares equipes neste jogo, o que levou a eles serem removidos no jogo KOF seguinte (embora eles fizeram uma breve reaparição em KOF '98). Algumas pessoas gostaram.

Korea (Taekwondo Justice Team)

 A equipe coreana apresenta o excelente Tae Kwon Do do especialista Kim Kaphwan (de Fatal Fury) e dois outros personagens, Chang e Choi Koehan Bounge (que são criminosos). Chang é um cara grande que luta com uma enorme bola de metal, enquanto Choi é basicamente uma versão em miniatura de Freddy Krueger, com garras em ambas as mãos. Eu sempre gostei de jogar com Kim, mas nunca fui um grande fã de Chang ou Choi em KOF 94. Só depois do KOF 96 que comecei a gostar da dupla dinâmica.

Brazil (Ikari Warriors Team) 

 Esta equipe é composta de Heidern, Clark Steele e Ralf Jones, que são do velho jogo arcade SNK "Ikari Warriors". Um ótimo time e seus stage pra mim, é um dos melhores junto com sua musica.

England (Womens Team) 

 Esta equipa apresenta Mai Shiranui (o "bouncy" garota de Fatal Fury), Yuri Sakazaki (irmã de Ryo do Art of Fighting série ... e este jogo também) e King (outro personagem de AOF). Uma grande equipa que também tem um palco decente com alguma música legal.

Mexico (Art of Fighting Team) 

O México é representado pela equipe de Art of Fighting, o time mais apelão de KOF 94., com Ryo Sakazaki, seu pai Takuma Sakazaki (que era o chefe de AOF1) e o amigo de Ryo, Robert Garcia. Uma boa equipe, embora neste jogo todos os três personagens eram muito semelhantes em relação aos seus movelists ... todos desempenham as mesmas linhas como Ryu / Ken de Street Fighter.

Final Boss: Rugal  Bernstein

 Rugal é um dos melhores chefes que SNK já criou, mas também muito difícil. Você tem que vencê-lo em duas rodadas para vencer a luta, e embora a primeira rodada é geralmente muito fácil, ele é muito difícil na segunda rodada ... especialmente a um nível de dificuldade. 

 Stage's

Italy

China

Japan

USA

Korea

Brazil

England

Mexico

Blacknoah 1
 

Blacknoah 2

   
Obs: Clique nas imagens acima para ampliá-las

A jogabilidade de The King of Fighter 94

Os personagens de Fatal Fury e Art of Fighting dispõem de todos os seus golpes originais e isso ajuda quem já os conhecia de seus jogos de origem. Para executar um golpe especial secreto você tem duas escolhas: encher a barra de power, segurando os botões A,B e C juntos ou esperar sua “life meter” ficar vermelha. Com os botões A e B, o lutador consegue se esquivar de magias e golpes dos inimigos e com os botões C e D, o lutador tem um ataque mais forte que em alguns lugares se chama de ataque explosivo. Longe do inimigo, aperte o botão C e seu personagem irá provocar seu inimigo, diminuindo 1/4 da barra de power dele.

Curiosidades

    O personagem Kyo Kusanagi foi originalmente nomeado como Syo Kirishima, mas os produtores mudaram de idéia e deram ao personagem o nome com o qual é conhecido hoje. Mas o personagem Sho Kirishima aparece como o Striker (personagem de ajuda) de Kyo, no jogo The King of Fighters 2000.

    Os detalhes referentes às idades de alguns personagens foram ignorados. Por exemplo, se este jogo fosse uma sequência das séries Art of Fighting, de Ryo Sakazaki, e Fatal Fury, de Terry Bogard, os personagens participantes da série Art of Fighting teriam de ser bem mais velhos do que os que participam de Fatal Fury, devido à saga de Terry , de acordo com a história, ser a continuação da saga de Ryo e acontecer mais de uma década após esta. Alguns detalhes comprovam isso, como a mudança de aparência de Gesse Howard, que era bem jovem em Art of Fighting 2 e um pouco mais velho em Fatal Fury, e a aparição de Terry, ainda criança, ao se terminar o jogo Art of Fighting 2 com o personagem Temjin. Em The King of Fighters ’94, os personagens de ambas as séries apresentam a mesma aparência de suas estréias em suas respectivas séries.

    Nas estatuas de lutadores que Rugal possui, é possivel notar a estatua de Guile de Street Fighter, ou seja, indiretamente Guile tentou enfrentar Rugal, mas pela possivel força do inimigo, foi derrotado. Os dois heróis do jogo Ikari Warriors, Paul Jones e Vince Steel, aparecem neste jogo com os nomes de Ralf Jones e Clark Steel, respectivamente, ambos com visuais bem diferentes de suas aparições originais. Antes de participar deste jogo, a personagem Athena Asamiya também participou dos jogos Athena (1986) e Psycho Soldier (1987). Deste último também participou o personagem Sie Kensou.

 Capa original do jogo nos EUA

Intro de The King of Fighters 94